terça-feira, 29 de outubro de 2013

Herpes Zoster - O que a Fisioterapia pode fazer...

Olá a todos...
Ao passar por essa experiência pessoal de repouso forçado (ainda estou sob efeito da dor, coceira e queimação da Herpes Zoster), onde a melhor posição antálgica é deitado, retomei alguns estudos e hoje resolvi atualizar o blog. Espero que ele auxilie alguma pesquisa algum dia, ou só saneie as dúvidas de alguns.

Herpes Zoster, que também era muito conhecida como "cobreiro", se dá quando o sistema imunológico sofre uma queda, dando chance ao vírus adormecido da Varicela (catapora) se manifestar. Normalmente se inicia com dor (como no meu caso), e depois evolui para as famosas lesões cutâneas. Essas são facilmente diagnosticáveis devido ao seu aspecto e trajeto, sempre em um hemitórax (um lado do corpo) e no caminho do nervo sensitivo, que é por onde o vírus se move até a pele.
Essa movimentação gera a pior sequela da HZ, uma vez que as lesões cutâneas eventualmente deixam de coçar, queimar, doer e desaparecem. A chamada neuralgia pós-herpética ocorre em mais de 14% dos pacientes, especialmente naqueles acima dos 60 anos de idade. A maioria das neuralgias regride após um ano, com metade apresentando regressão após dois meses (Ufa!).
É aí que nós entramos!

Como a causa da neuralgia já foi eliminada, a conduta fisioterapêutica visa fornecer alívio para a dor. O tratamento varia dependendo do local e da gravidade da dor, assim como outros fatores. [Um exemplo de conduta multidisciplinar inclui o controle da glicemia por pacientes diabéticos.]



Para nós, o uso de condutas eletroterapêuticas se mostra sempre bem vindo. Obviamente, a Eletroestimulação Transcutânea (TENS) é a mais usada, utilizando a teoria das comportas de Melzack e Wall (1960) e a teoria de liberação de peptídeos opióides endógenos. Também existem eletro estimuladores pré programados, como o GLOBUS, que em programações de correntes médicas utilizam as Microcorrentes (MC), atuando na reparação do tecido lesionado, contribuindo para a melhora na dor.

Também já li que o Ultra-Som terapêutico (US) pode contribuir para essa neuralgia, com seus efeitos tixotrópicos (amolecimento de tecidos) e térmicos, mas na minha opinião, deve-se ter muito cuidado ao eleger a região do tratamento para um cálculo preciso da frequência e intensidade.

Além da Cinesioterapia, essencial para todo tratamento (na minha opinião), a Terapia Manual sempre será a minha modalidade favorita, apesar de poucas evidências, o dia a dia clínico nos mostram resultados rápidos, eficazes e duradouros.

Não mencionei a Acupuntura, já que não é uma exclusividade da Fisioterapia. Mas tenham certeza que defendo muito sua utilização.

Acho que por enquanto é só, preciso deitar um pouco... Espero que tenham gostado e repassem, se quiserem.
Abraços e até o próximo.


REPORTAGEM SOBRE HERPES ZOSTER - JORNAL DA RECORD



LINKS:
Imagens: www.google.com.br

Terapia Manual

Faça Fisioterapia

Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto

Sociedade de Fisioterapia do Vale dos Sinos - Ultra-Som terapêutico

Wikipedia - Herpes Zoster

10 comentários:

  1. Olá, Raphael Vianna. Sou graduanda do Curso de Fisioterapia na cidade de Vitória/ES.
    Há três anos minha mãe foi acometida pelo Herpes Zoster. Até hoje sente dores e hipersensibilidade na região posterior do tórax. Venho pesquisando e procurando entender sobre o mecanismo de lesão desta doença e formas de atenuar ou cessar o quadro álgico persistente pós HZ.
    Obrigada pelas informações e por compartilhar sua experiência. Já somou bastante à minha pesquisa.

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    1. Eu que agradeço seu comentário... Devemos sempre compartilhar conhecimento e experiências...
      Abraço

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  2. Dr Raphael, por gentileza,me envie numero de contato,preciso muito falar com você a respeito do tratamento,pois minha mae idosa estar atualmente com esta doença HZ,e estar sofrendo muito com dor no nervo,os remédios não estão fazendo efeito.Aguardo seu retorno.Qual é o seu email?Obrigada

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    1. Elizete, meu e-mail é rhenrique7@gmail.com
      Espero poder ajudar de alguma forma...
      Abraço

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  3. Boa noite Dr Rafael,minha mãe tem 80 anos e está com HZ na perna,ela tem muita dor no joelho principalmente à noite, toma analgésico, mas às vezes não faz efeito, por favor me ajude, há ela está tomando Aciclovir e passando a pomada aciclovir, obrigada desde já!

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    1. Olá. Como a doença tem um ciclo (de 7 a 10 dias), deve-se procurar um médico o mais rápido possível para evitar as maiores sequelas (incluindo a neuralgia pós herpética). O mesmo poderá indicar uma medicação mais eficaz (corticóides por exemplo). Como visto aqui no blog, com essa idade, o índice de aparecimento é alto... Sendo que em membros inferiores é menos comum. Ela já está realizando tratamento tópico e retroviral, o que é o melhor. Agora, para aliviar a dor provocada pela doença, devem ser usados agentes físicos, como o gelo (Crioterapia, serve como anestésico) ou o calor (Termoterapia, analgésico e relaxante muscular). Como escrevi, existem também aparelhos de eletroterapia que ajudam nesse quadro de dor. Procure um Fisioterapeuta! Obrigado pelo acesso e pelo contato, espero ter ajudado!

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  4. Olá, colega, suas informações foram elucidativas. Obg

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  5. Olá DR. Minha avó tem HZ na cabeça, no trajeto do nervo trigêmio, mas especificamente. Por ser uma região contraiindicada pra algumas eltroterapias, o que poderia ser feito nessa região pra amenizar as dores?

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  6. Olá! Obrigado pelo comentário.
    Como escrevi (e já passou algum tempo...) a terapia manual tem uma boa aceitação e um bom resultado clínico, porém, poucas evidências (na época) embasavam o seu uso. Agora, já utilizei muito, por exemplo, a Crochetagem (procure no google) ou miofibrólise percutânea, para dores na região do trigêmeo. Outra terapia que pode ser empregada, dependendo da paciente, é a Acupuntura. Existem técnicas dentro dela que amenizam muito as dores orofaciais. Procure um Fisioterapeuta! Espero ter ajudado!

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